Tempo para Haddad é curto e ele logo terá de decidir se jogará a toalha
- SC Noticias
- 2 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Desde março, quando se comprometeu em zerar o déficit nas contas do governo, Haddad segue na trilha do aumento da arrecadação.
Por Mariana Carneiro
No último dia 13, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) me disse quando, em sua avaliação, cairá a meta de déficit zero prometida pelo ministro Fernando Haddad: “(Será) Em março e com o seguinte dilema: ou o governo vai rever a meta ou vai tirar da cartola, com a Receita Federal, mais um conjunto de medidas de aumento de arrecadação. Porque, pelo que a gente tem escutado, o caminho de contenção de gastos não passa nem perto do Planalto.”
Pedro Paulo é vice-líder do governo e, como membro do PSD, integrante da base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.
Não se imaginava que, 15 dias depois, às vésperas do Ano Novo, viesse uma nova rodada de medidas de aumento da arrecadação que, na prática, acabou com a desoneração da folha de pagamentos e fixou um teto para as empresas usufruírem de seus créditos tributários. Para janeiro, Haddad prometeu “medidas administrativas” adicionais, o que os bons entendedores já entenderam: vem aí um novo aumento de arrecadação sem passar pelo Congresso.
Desde 30 de março de 2023, quando se comprometeu em zerar o déficit nas contas do governo (no vermelho desde 2014, na gestão da petista Dilma Rousseff) Haddad segue na trilha do aumento da arrecadação. Com a receita andando de lado há três meses, desde setembro, a agenda se tornou mais urgente.
O prazo final é março porque, na primeira revisão da execução do Orçamento, o ministro será levado a congelar gastos ou a admitir que não vai chegar lá. O custo de manter a meta e não cumpri-la é, em 2025, ter de gastar menos e não dar aumentos de salários a servidores, o que é potencialmente delicado para o político Fernando Haddad, um dos cotados para suceder Lula.
Mas ele também pode ser expulso da corrida pela sucessão presidencial se optar pelo caminho oposto e congelar os gastos públicos para cumprir a meta. Neste caso, será o PT (e também Lula) seu maior adversário.
Fonte: Agência estado
Comments