Roma muda de postura e intensifica ataques a ACM Neto

Ministro e ex-prefeito de Salvador romperam politicamente após Roma aceitar integrar o governo do presidente Jair Bolsonaro

Rodrigo Daniel Silva

O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), tem mudado de postura, nas últimas semanas, e adotado um tom mais duro contra o ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM/União Brasil). Os dois romperam politicamente após Roma aceitar integrar o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Até o ano passado, Roma vinha evitando críticas maiores a ACM Neto. Limitava-se a dizer que o ex-prefeito corria o risco de ficar no “limbo” na eleição deste ano, ao não apoiar nem Bolsonaro nem o ex-presidente Lula (PT).

Da semana passada para cá, Roma decidiu subir o tom contra o ex-aliado. Pessoas próximos ao ministro disseram ao bahia.ba que a relação entre eles está “cada vez pior”. Em entrevista ao site Metro1, ele afirmou que Neto podia “escolher se ele cai com Ciro, com Moro ou com Doria”, ao se referir a uma pesquisa que aponta queda nos votos de Neto quando sua imagem é colada ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

Nesta terça-feira (1º), em entrevista à rádio Piatã, Roma voltou a criticar ACM Neto. Disse que o ex-prefeito está “querendo utilizar o presidente Bolsonaro como amante”. “Ele quer os votos de Bolsonaro, mas não quer passear de mãos dadas com Bolsonaro. Isso é uma posição muito confortável”, acrescentou.

Em outro momento da entrevista, se referiu ao ex-prefeito como “cidadão”, e condenou as aglomerações feitas pelo pré-candidato ao governo do DEM. “Um outro cidadão aí fez uma aglomeração gigantesca no Centro de Convenções, ambiente fechado, e agora diz que concorda com (o governador) Rui Costa para eventos de 1,5 mil pessoas. Quando é evento político não tem pandemia. Quando é evento para as pessoas, pais e mães poderem ganhar seu sustento, não pode ter evento porque tem pandemia”, criticou.