O Day After Jerônimo no PT e entre os aliados e as recentes histórias eleitorais petistas
- SC Noticias
- 13 de mar. de 2022
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Apesar do esforço que os dirigentes petistas têm feito para demonstrar esperança e, principalmente, confiança, o dia seguinte ao anúncio oficial de Jerônimo Rodrigues (PT) como candidato governista à sucessão estadual foi de desânimo, quase depressão.
Tanto entre as lideranças do partido quanto nas legendas aliadas ao governo. Mas especialmente entre as últimas, todas temerosas de vivenciarem, ao final e ao cabo, um fiasco eleitoral que acabe arrasando com o quarteirão inteiro, sem dó nem piedade.
Não, não adianta fingir!
Nem as ações nas redes sociais que eclodiram com videos e outras produções para transformar Jerônimo em índio, quilombola, xamã, enfim, aquele pai, amigo, bróder e político incrível, foram suficientes para elevar o moral da tropa. Conseguiram, no máximo, mostrar que o candidato foi bem acolhido pela máquina do governo.
Apesar de um ilustre desconhecido do eleitorado, ele será candidato de verdade, porque terá na retaguarda o governador Rui Costa (PT), que o escolheu para concorrer, promete coordenar sua campanha e tem, acima de tudo, a posse de uma caneta cheia de tinta.
O problema é que várias lembranças começam a repovoar a cabeça dos políticos do grupo governista. Eles recordam primeiro da campanha à Prefeitura da deputada federal Alice Portugal (PCdoB). Em 2016, por sugestão do marketing – sempre ele -, o PT resolveu não concorrer à sucessão na capital baiana.
ACM Neto (DEM) já estava muito forte e não convinha embaçar o brilho da primeira gestão de Rui como governador com uma aventura municipal qualquer. Como o grupo não podia ficar sem um nome, depois de muito bate-cabeça, empurraram a parlamentar comunista da porta para a praça. Mas não lhe deram a menor estrutura ou apoio.
Dizem que Alice, quando chega no quarto para dormir, depois de olhar fixamente para um retrato do camarada Lênin na parede, rebela-se sozinha contra as dívidas que não conseguiu até hoje saldar.
A maneira como os fatos sucederam com a deputada teriam sido repetidamente lembrados pelo senador Otto Alencar (PSD) para escapar da candidatura ao governo que o senador Jaques Wagner (PT), quando decidiu pular fora do jet ski, portando aqueles óculos escuros, tentou lhe empurrar.
Em 2020, mais animado com a perspectiva de enfrentar o sucessor de Neto, o PT, cheio de preconceitos que, na campanha, se revelariam furados contra o candidato do então prefeito, decidiu que era a hora de tentar. Então, Rui acumulava um conjunto de intervenções na cidade que, acreditava-se, poderia lhe dar grande influência no pleito.
Depois de embaralhar as pernas com um projeto mirabolante – também atribuído ao marketing – de fazer de Guilherme Bellintani o player do campo governista, o governador soltou um pouco a trava de mão e acelerou para fazer um drift, mas acabou batendo em outra esquina.
Deixou o presidente do Bahia em pleno gramado da Arena Fonte Nova, sem saber para onde ia, aliás, onde parece que permanece, e catou na Polícia Militar uma policial para colocar na pista. Negra, mulher, da periferia, Denice era tudo de que, segundo também o marketing, ele precisava naquela hora.
Só teriam que colocá-la no PT. O resultado, menos por culpa da grande figura humana da Major, que encantou a todos com quem conviveu na época, do que pelas circunstâncias de que foi vítima, revelou-se um desastre.
Por causa da história recente, para dar alguma viabilidade interna a Jerônimo, o governo petista terá que, primeiro, mostrar que não fará com ele o que fez primeiro com Alice e depois com Denice.
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