Mais de 400 pessoas morrem por dia por conta do tabagismo, segundo o Inca

O câncer de pulmão é responsável por 1,8 milhões de mortes aqui no Brasil

Foto: Romildo de Jesus

Por Rodrigo Ferreira

Apesar de nas últimas duas décadas a quantidade de fumantes no Brasil ter caído, devido aos investimentos em políticas públicas de saúde contra o tabagismo ainda há pessoas com esse mau hábito no nosso país. E segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 443 pessoas morrem por dia devido a doença. No mês de maio, o dia 31 é marcado por trazer o Dia Mundial sem Tabaco. A data criada pela Organização Mundial da Saúde em 1987 tem como objetivo alertar sobre as mortes e doenças causadas pelo tabagismo.

Na Bahia, são mais de 870 mil pessoas com 18 anos ou mais fumantes, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E na capital baiana são 120 mil pessoas fumantes. Sendo 71 mil homens e 49 mil mulheres. Apesar destes números, Salvador é a cidade com menor percentual de fumantes do país empatada com São Luís, no Maranhão. Cerca de 4,8% da população é fumante.

O oncologista cirúrgico do Hospital São Rafael, Dr. Cláudio Quadros, em entrevista a Tribuna da Bahia falou sobre os malefícios do tabagismo: "O tabagismo tá relacionado a baixos índices de educação e economia de um país. 80% das neoplasias malignas de pulmão é por conta do tabagismo. Ele é responsável por oito em cada dez casos de câncer de pulmão. E o câncer de pulmão é responsável por 1,8 milhões de mortes. Aqui no Brasil, dados do Inca mostram que temos 30 mil mortes pela doença por ano. Mais de 17 mil vítimas são homens e mais de 12 mil mulheres. Destas, 80% estão relacionadas ao tabagismo", pontuou.

O oncologista ainda fala do tratamento para pacientes tabagistas: "Quem é tabagista precisa de apoio. Muitas vezes ele não consegue deixar de fumar por iniciativa própria e muitas vezes precisa de apoio familiar, além do apoio médico para que isso aconteça. Existem várias iniciativas médicas, como a psicologia, a fisioterapia, que podem ajudar o paciente a deixar o uso do tabaco. Existem formas alternativas para administrar a nicotina ao paciente que começa esse processo de deixar o tabaco". Por fim, Dr. Cláudio ainda alerta para os fumantes passivos, que sofrem dos malefícios também: "Das oito milhões de pessoas que morrem ao ano, cerca de 1,2 milhões de pessoas que morrem são fumantes passivos. Pessoas que vivem ou convivem com pessoas que fumam. Não só o cigarro causa esses problemas, mas cigarros eletrônicos, narguilé, charuto, são itens que acarretam os casos de mortes”, concluiu.

No Brasil, segundo pesquisa realizada no ano de 2019 pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1% da população, sendo a maioria homens. Os homens ainda fumam quase duas vezes mais do que as mulheres, diz a pesquisa. Entre os homens, a porcentagem de fumantes é de 12,1%. Já a parcela de mulheres fumantes, 6,9%. O habito de fumar foi reduzido pelas mulheres em 44%.