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Cresce o número de amputações de membros inferiores

  • Foto do escritor: SC Noticias
    SC Noticias
  • 29 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Quase 250 mil brasileiros amputaram membros inferiores



Por Cleusa Duarte

Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), com base em dados do Ministério da Saúde aponta que no período de 2012 a 2021, 245.811 brasileiros sofreram amputação de membros inferiores, envolvendo pernas ou pés, uma média de 66 pacientes por dia. Em relação a região Nordeste, mais de 80.124 mil nordestinos sofreram com a amputação de membros inferiores no mesmo período. Em números absolutos, a Bahia lidera o ranking dos estados nordestinos com 21.069 procedimentos.

O estudo elaborado a partir de informações disponíveis na base de dados do Ministério da Saúde acende o alerta para os cuidados voltados às doenças vasculares, como a síndrome do pé diabético. De acordo com os especialistas, mais da metade dos casos de amputações envolvem pessoas com diabetes. No entanto, essas cirurgias em membros inferiores podem também estar relacionadas a muitos outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, idade avançada, insuficiência renal crônica, estados de hipercoagulabilidade e histórico familiar.

De acordo com o presidente da SBACV, Julio Cesar Peclat de Oliveira, “o problema é que, percebemos que a situação vem piorando e, coincidentemente, com a pandemia de covid-19”. Pela análise dos números, o médico interpretou que durante o período da pandemia, muitos pacientes perderam a continuidade do tratamento de doenças crônicas como, por exemplo, o diabetes, que é uma das principais causas de amputação de membros inferiores.“É uma doença crônica e o tratamento não pode ser descontinuado. Quando a pessoa é diabética não faz tratamento adequado e usa medicamentos, ela descompensa a doença e fica mais vulnerável aos riscos de, por exemplo, ter uma ferida no pé que vai infectar e gangrenar, evoluindo com perda desse membro”.

Em 2020, quando a crise epidemiológica se instalou no Brasil, a média diária de amputações no Nordeste chegou a 25,20. Já em 2021, essa razão subiu para 25,84, podendo se relacionar com as consequências da descontinuidade no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, como o diabetes. Entre os anos 2020 e 2021, um total de 18.631 nordestinos foram submetidos ao processo de amputação ou desarticulação de membros inferiores. Isso significa que a média mensal de procedimentos chegou a 776,29 em plena crise sanitária.

Para o cirurgião vascular Mateus Borges, diretor de Publicações da SBACV, “esses dados demonstram o impacto da pandemia no cuidado e na qualidade de vida dos pacientes”. Segundo ele, pessoas com diabetes que desenvolvem úlceras e evoluem para quadros infecciosos demandam longos períodos de internação ou reinternações, com consequentes períodos de perda ou afastamento do trabalho, aposentadoria precoce e, por vezes, queda na autoestima, depressão ou criação de um quadro de dependência de familiares ou amigos.

Em números absolutos, os estados do Nordeste que mais executaram procedimentos de amputações de membros inferiores no sistema público foram Bahia (21.069), Pernambuco (16.314) e Ceará (10.574). Por outro lado, os estados com o menor número de registros são Sergipe (3.651), Rio Grande do Norte (4.603) e Piauí (4.990).

No âmbito Nacional, os estados que mais executaram procedimentos de amputações de membros inferiores no sistema público de saúde foram: São Paulo (51.101), Minas Gerais (26.328), Rio de Janeiro (21.265), Bahia (21.069), Pernambuco (16.314) e Rio Grande do Sul (14.469).

Algumas medidas podem diminuir os riscos de complicações nos pés de pessoas diabéticas. Alimentar-se de forma equilibrada, praticar atividade física e manter um controle da glicemia, contribui para uma melhora do sistema vascular como um todo. O paciente com esse fator de risco também deve estar atento aos perigos de acidentes e adotar mudanças de comportamento, como evitar andar de pés descalços ou, ainda, aderir ao uso de calçados apropriados.


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